Só percebemos a falta que um amigo faz quando perdemos um, não é mesmo?
Amigo de balada, de boteco, de infância, de faculdade, de trabalho, amigo daqui, dali, o que importa é que todo mundo tem. Mas, amigo mesmo de verdade, só temos certeza que temos quando nos deparamos com situações meio sem saída. Já diziam por aí que amigos de verdade não se preenchem os dedos de uma mão. E é fato que, às vezes, demoramos anos para saber que isso, sim, tem sentido.
Li em um texto na faculdade que um cientista havia feito uma pesquisa, onde verificou-se que um dos momentos, em que mais liberamos o hormônio ocitocina, é quando estamos com nossos amigos. É, pessoal, amizade é coisa séria. E ninguém deve sair por aí confiando em todos que te chamam de “amigo”, já que hoje é moda sair pra uma balada, conhecer alguém legal com as mesmas afinidades que você, no outro dia add em todas redes sociais possíveis e achar que serão amigos para sempre.
Às vezes, aquele amigo que te chama pelo nome, e você o vê de vez em quando, tem mais consideração por você do que aquele que acaba de conhecer e que já não se desgrudam um fim de semana sequer. Amigo é aquele que te ouve, às vezes meio sem tempo, que te socorre nos momentos de aflição, que não passa a mão na sua cabeça quando está errado, que te empresta aquela roupa que ele ainda nem usou e que não esquece a data do seu aniversário. Que se alegra com suas conquistas, que chora com suas decepções, que dá gargalhadas das suas piadas sem graça e que fica triste com suas derrotas. É aquele que te liga só pra dizer um oi, ou só pra saber como você está. Amigos esses que têm suas vidas, seus amores, seus problemas, seus filhos e seus trabalhos, mas que lá no fundo te tem como uma pessoa mais do que especial.
Provavelmente, nosso melhor amigo está dentro de nossas próprias casas (me refiro aos nossos pais, filhos irmãos e até companheiros (as) e que com nossa pura ignorância ou falta de tempo não conseguimos enxergar. Atire a primeira pedra aquele que nunca deixou de ficar com sua família no sofá aos fins de semana pra ficar horas na frente do computador, contando toda sua vida em detalhes pra alguém que nunca sequer te viu. Com isso, deixamos esse mundo virtual e cada vez mais frio invadir nossa privacidade ou até mesmo nossa intimidade.
Existe ainda aquele amigo que considero o melhor de todos, pois nos concedeu a vida e o direito de fazer novos amigos. Aquele que te ama incondicionalmente e que, na maioria das vezes, nos lembramos dele somente quando precisamos. É aquele Deus, que se você o tem, pode se considerar um privilegiado e que será seu amigo em qualquer circunstância da vida. Eu mesma já tive amigos de todas as idades, de todos os sexos, morando em outras cidades, outros estados e até outros países. Já tive amigos que morreram cedo, que se foram por outras circunstâncias, mas que jamais serão esquecidos. Todo mundo já teve um amigo que comprou briga pra ficar do seu lado, mas também já teve aquele que, quando mais precisou, lhe virou as costas.
Agora, em se tratando dos amigos não virtuais, preto ou branco, gordo ou magro, feio ou bonito, inteligente ou não, mas que cabem nos dedos de uma só mão, aquele que veio em sua mente agora, quer uma dica? Ligue, mande uma mensagem, um e-mail, mande flores, peça perdão, elogie, e se for preciso até critique, mas não deixe que isso vá embora, pois um dia você pode sentir falta disso e se sentir culpado por não ter feito a sua parte. Como já dizia o bom e velho Milton Nascimento: “Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito”.
Hanny Angele é estudante de Relações Públicas
da Esamc Uberlândia e ainda tem amizades verdadeiras.