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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Uma bicicleta e uma meta.






Hoje conversando com um colega de trabalho sobre a compra de sua bicicleta, me veio na memória uma história de minha infância.

Por volta dos meus 12 pra 13 anos eu achava que ter bicicleta era como eu hoje ter um carro, algo difícil de conquistar, mas nada impossível.

E foi onde parei pra pensar que foi nessa época em que aprendi e comecei a encarar todo desafio como uma meta.

E que meta foi essa? 
Parece pequena, mas acredito que tenha sido através dela que hoje me vejo empenhada em conquistar um pequeno ou um grande sonho na mesma proporção.

Como lá no começo do texto eu disse, eu tinha um sonho como toda criança de ter uma bicicleta, e a minha escolhida era a Ceci Brisa rosa Aro 20, aquela com cestinha na frente e florezinhas desenhadas no quadro da mesma.

Minha mãe que já fazia seus mil e um esforços para agradar os filhos, resolveu me dar de Natal a tão sonhada bicicleta rosa, mas para isso eu teria um custo alto durante o ano todo, tirar nota suficientemente boa para ganhar o prêmio.

Na época eu estudava numa escola de freiras, onde tudo começando pelo uniforme era rígido e difícil de encarar.

E a pessoa aqui que já nasceu contrariada com a existência da palavra MATEMÁTICA, viu aquilo como um desafio grande demais para conseguir tal prêmio, mas, como meu sonho era maior que qualquer obstáculo, fiz das tripas o coração para que quando o “Papai Noel” chegasse eu pudesse sair pedalando pelo bairro afora.

Com essa idade eu já não acreditava mais em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa, então minha mãe pôde antecipar a compra dessa bicicleta e pra alegria ou não da criança aqui, ela resolveu montar a “danada” exatamente no meu quarto, de frente para minha cama, para que eu pudesse todos os dias dormir pensando que eu só teria de fato o prazer de dizer que era minha, caso eu trouxesse as notas como minha ela tanto queria.

Estava projetado ali o sofrimento do ano, dormir e acordar sentindo aquele cheiro de bicicleta e pneus novos, sem poder pedalar ou sequer tirar o plástico da cestinha.

Ali eu sentava todos os dias e ficava me imaginando tirando ela do meu quarto a primeira vez, marcando meus inúmeros piqueniques com minhas amiguinhas e junto disso, eu pensava o quão seria difícil encarar a #@$ da matemática.

Mas, como brasileira que sou, não desisti, procurei sair menos pra ir ao banheiro em sala de aula, procurei sentar mais próxima da professora e até voltar mais cedo do recreio (sim, na minha época não era intervalo, era merendar no recreio mesmo que se falava).

E foi chegado o bendito final de ano, e eu pela primeira vez trouxe uma nota “melhorzinha” (que meus filhos não me leiam) que dos outros anos pra minha mãe.

Recordando da melhor sensação que foi poder tirar minha Ceci do quarto e sair pedalando pelo meu humilde bairro lá em Barra do Garças (MT), analiso hoje a garra que tenho quando sou imposta a alguma meta, inclusive as que tenho vivenciado nos últimos anos.

Faço a comparação do papel colado (bicicleta) na porta do meu armário, onde todos os dias posso imaginar ali cada sonho sendo realizado através do meu esforço (nota boa em matemática), até vê-lo concretizado.


Moral da história: Se você tem um sonho, imagine-o, coloque o quão mais próximo de sua visão e lute todos os dias para que seja o mais rápido realizado.


Agradecimento: A minha mãe, a aniversariante do dia de amanhã, que me ensinou que é com esforço, garra e determinação que se consegue aquilo que quer.

P.S: Agradeço também ao meu colega de formação Maurity Cazarotti (Autor do Blog RP e PP) que me ajudou a lembrar a senha desse pseudo blog para que dividisse com vocês essa história.