Hoje conversando com um colega de trabalho sobre a compra de
sua bicicleta, me veio na memória uma história de minha infância.
Por volta dos meus 12 pra 13 anos eu achava
que ter bicicleta era como eu hoje ter um carro, algo difícil de conquistar, mas nada
impossível.
E foi onde parei pra pensar que foi nessa época em que
aprendi e comecei a encarar todo desafio como uma meta.
E que meta foi essa?
Parece pequena, mas acredito que tenha
sido através dela que hoje me vejo empenhada em conquistar um pequeno ou um
grande sonho na mesma proporção.
Como lá no começo do texto eu disse, eu tinha um sonho como
toda criança de ter uma bicicleta, e a minha escolhida era a Ceci Brisa rosa Aro 20,
aquela com cestinha na frente e florezinhas desenhadas no quadro da mesma.
Minha mãe que já fazia seus mil e um esforços para agradar
os filhos, resolveu me dar de Natal a tão sonhada bicicleta rosa, mas para isso
eu teria um custo alto durante o ano todo, tirar nota suficientemente boa para
ganhar o prêmio.
Na época eu estudava numa escola de freiras, onde tudo
começando pelo uniforme era rígido e difícil de encarar.
E a pessoa aqui que já nasceu contrariada com a existência
da palavra MATEMÁTICA, viu aquilo como um desafio grande demais para conseguir
tal prêmio, mas, como meu sonho era maior que qualquer obstáculo, fiz das
tripas o coração para que quando o “Papai Noel” chegasse eu pudesse sair
pedalando pelo bairro afora.
Com essa idade eu já não acreditava mais em Papai Noel e
Coelhinho da Páscoa, então minha mãe pôde antecipar a compra dessa bicicleta e
pra alegria ou não da criança aqui, ela resolveu montar a “danada” exatamente
no meu quarto, de frente para minha cama, para que eu pudesse todos os dias
dormir pensando que eu só teria de fato o prazer de dizer que era minha, caso
eu trouxesse as notas como minha ela tanto queria.
Estava projetado ali o sofrimento do ano, dormir e acordar
sentindo aquele cheiro de bicicleta e pneus novos, sem poder pedalar ou sequer
tirar o plástico da cestinha.
Ali eu sentava todos os dias e ficava me imaginando tirando
ela do meu quarto a primeira vez, marcando meus inúmeros piqueniques com minhas amiguinhas e junto disso, eu pensava o quão seria
difícil encarar a #@$ da matemática.
Mas, como brasileira que sou, não desisti, procurei sair
menos pra ir ao banheiro em sala de aula, procurei sentar mais próxima da
professora e até voltar mais cedo do recreio (sim, na minha época não era intervalo,
era merendar no recreio mesmo que se falava).
E foi chegado o bendito final de ano, e eu pela primeira vez trouxe
uma nota “melhorzinha” (que meus filhos não me leiam) que dos outros anos pra
minha mãe.
Recordando da melhor sensação que foi poder tirar minha Ceci
do quarto e sair pedalando pelo meu humilde bairro lá em Barra do Garças (MT),
analiso hoje a garra que tenho quando sou imposta a alguma meta, inclusive
as que tenho vivenciado nos últimos anos.
Faço a comparação do papel colado (bicicleta) na porta do
meu armário, onde todos os dias posso imaginar ali cada sonho sendo realizado
através do meu esforço (nota boa em matemática), até vê-lo concretizado.
Moral da história: Se você tem um sonho, imagine-o, coloque o quão
mais próximo de sua visão e lute todos os dias para que seja o mais rápido realizado.
Agradecimento: A minha mãe, a aniversariante do dia de
amanhã, que me ensinou que é com esforço, garra e determinação que se consegue
aquilo que quer.
P.S: Agradeço também ao meu colega de formação Maurity Cazarotti (Autor do Blog RP e PP) que me ajudou a lembrar a senha desse pseudo blog para que dividisse com vocês essa história.